sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Gacy Simas e Raul Larosa no Espaço Galeria, do Senado Federal,Brasília







Imagen:Gacy, no Espaço Galeria _Senado federal, Bras´pilia (não sei os créditos do autor das duas fotos, nem o nome de quem posa ao lado dela, a morena alta, de cabelos longos)

e fotos de seu livro D.Aranha e a Fadinha "(em fotos de Clevane Pessoa_de 2007).

A escritora Gacy Simas(Edylsia Simas) e seu marido, Raul Larosa, pertencem , junto comigo, ao Movimnento Cultural aBrace.

Um dos olhares dessa mulher sorridente, é para o Público infantil.Quando estive no VII Encontro Cultural do aBrace em MOnvidéu-março 2007- trouxe "D.Aranha e a Fadinha",de sua autoria.

Raul é contador de histórias iinigualável, com um humor e uma expressão deliciosos.É Uruguaio, ela Brasileira e moram em Taguatinga, onde são Membros da Academia Taguatinguense de Letras.

Um dos mais belos trabalhos que esse casal encantador faz, é levar poesia e contação de histórias a crianças e adolescentes que lutam contra o Câncer.

Meus aplausos para os amigos queridos.


Querida Clevane,

estamos participando de uma exposição de livros, no Espaço Galeria, Senado Federal do DF. é muito gratificante fazer parte de uma exposição, ao lado de gandes autores e em comemoração ao dia da criança e do professor.
Estamos muito contentes

Beijos,
Gacy e Raúl
(61) 849-2163




Mostra de Livros
Infantis e Infanto-Juvenis

Por Requerimento do Senador Cristovam Buarque e outros, convidam os autores que vivem em Brasília, à exibirem suas obras, de literatura infanto-juvnil, no Espaço Galeria do Senado Federal, em comemoração ao Dia da Criança e Dia do Professor.

Período – 15 e 16 de outubro.
Horário – 9h às 18h.


Escritores convidados:

Gacy Simas;
José Orlando Pereira da Silva,
Hilda Mendonça da Silva,
Milhênia (Vera Lúcia Fernandes Pinto),
Zezé Maku (José Miranda de Aquino),
José T. Pacheco,
J. Simões,
Vera Lúcia Damásio,
Aglaia Souza,
Mariléa de S. Martins,
Amanda Alves,
Madellon,
] Sônia Castro
e Karina Humann.

Entidades participantes:
Academia Taguatinguense de Letras,
Movimento Internacional Cultural aBrace
e Sindicato dos Escritores do Distrito Federal.




--
Gacy Simas
ஜॐ♥ஜ______ஜॐ♥ஜ______ஜॐ♥

As MINIBLIOTECAS














Fotos (mande as suas, se possível com os créditos do fotógrafo.Seguirei postando outras de livros e seus autores.E lembro aquyi, o lema do movimento aBrace:"SOLIDARIEDADE ENTRE CRIADORES")

Vânia Diniz- a organizadora das mini-bibliotecas.



Ciganinha,de Vânia Diniz (Editora Ottoni, de Itu/SP)



Regina Mello, Diretora do MUNAP, que na Praça dos Fundadores do parque Municipal de Belo Horizonte, MG, (a cada segundo domingo do mês, das 10 ao meio dia), deixa livros para leitura, distribui outros e oferece um microfone para a voz dos Poetas...

A poeta e contista Karina campos, com a antologia Mulheres emergentes, organizada por Tânia diniz(Ed.Alternativas)




Clevane e Lisieux, Cônsul em Minas Gerais, Brasil,e Poetas del Mundo (foto de Llobus).


Bruno Grossi, autografando O Grão Imastigável.


A Pequena autora Victória falavigna, poeta e desenhista, membro mirim da AVSPE.



Palavras Azuis,antologia organizada por Terezinha Manczac


Capa de Mulheres no Banquete de Eros-Edit.aBrace, organizada por Nina Reis e Roberto Bianchi, poets.



J.B.Donadon, Pós Doutor em Semiologia do Discurso, aldravista e membro do InBrasCi, doa livros a escola.



Zelma Furtado, no Memorial da Mukher Potiguar, onde fui convidada a estar-pelo que agradeço honrada



Ferreira Goullart

As MINIBLIOTECAS de VÂNIA DINIZ


A humanista eescritora Vânia Diniz, que aniversaria um mês após a instalação da primavera brasileira,(em 21 de outubro), e talvez por isso, floresça e refloresça, no cotidiano de divulgadora, autora, poetisa e em ciclos, a reinventar , a criar novidades, manda-nos uma comunicação maravilhosa:a instalação de pequenos espoaços-biblioteca , na capital brasileira, onde reside.

Vânia é da REBRA, do INBrasCi, mantém o portal VMD, autiora de vparios livros, entre os quais .Pelos Caminho da Alma (poesia) e pelos caminhos da Vida(prosa), além do sempre encantador Ciganinha, para crianças até mais de cem anos, onde sua vida dedicada ao outro, desde a infância, é rememorada literariamente, através da deliciosa personagem ue porta o sedutor apelido.

Muito antes que eu tivesse meus pr´poprios sites ou blog, já era abrigada nos espaços que ela oferecia:o site Vânia diniz, hoje Portal, o Jornal Ecos, que reunia uma plêiade de autores,desde o saudoso Artur da Távola, até minha lavra.
Mutante, mutável, dentro da solidez de preincípios, digidade, firmeza e coinsitência, de vez em quando , acena com algo novo.Criou o Espaço ECOS, onde estou, e agora, vem informar que abre essas mini-bibliotecas e pede livros.

Terei o maior prazer em colaborar.Encantava-me que o Sr.Luiz Amorim,do T-Bone, colocasse estantes móveis,com livros, em pontos de ônibus, em Brasília (além da biblioteca o famoso Açougue Cultural, anteriormente, que deu origema tudo)...

Lembro-me em pequena, quandoe estudava em Colégio de freiras,O Santa catarina, em Juiz de Fora, aos nove/dez anos de minha alegria, quando, na "Aula de Biblioteca", em meio a um silêncio absoluto, recebíamos, na sala de aula, uma enorme bandeja de madeira, carregada por suas pessoas, cheinhas de livros...Quenm não lesse tudo, reservava para uma próxima aula.Gulosa, eu às vezes, lia mais de um volume em cada horário daqueles...

Depois, meu prazer por ficar de castigo na biblioteca, porque fui às aulas com as unhas pintadas de esmalte vermelho, noutro Colégio, o dos Santos Anjos (no seu jardim das rosas, um ser angelical, de pedra, nos recebi com asas abertas, e nompedestal, lia-se:"Que as Meninas dos santos Anjos, sejam os Anjos das Outras Meninas!"...)...Sozinha, completamente, remexi em todos aqueles volumes , li muita poesia...

E, quando , adulta, fui morar em S.Luiz , Maranhão, acompanhabndo meu esposo, Eduardo Lopes da silva, engenheiro civil que foi trabalhar na ponta da Madeira, porto do iataqui, na "Ilha do Amor", o INAMPS, do qual eu era funcionária, lotou-me numa Unidade Materno Infantil.E as pessoas internadas, recebiam uma pequena biblioteca com quatro portas, que se abriam, quando a pessoa escolhia o livro que quisesse.As crianças adoravam.Emboira eu comprasse e distribuísse livros infantis, todos os dias, a idéia dessa miniblioteca não foi minha, mas das assistentes sociais de minha equipe, maravilhosas e solidárias.Então, eu pedia a todas as pessoas conhecidas que doassem livros que não mais queriam-embora me espantasse que alguém não mais queira algum (sou colecionadora, amo tocar o papel,estudar as capas, folhear, além de ler - ficha bibliográfica, ISBN,oferecimento,contexto, orelhas, prefácios, pósfácios, contracapas, e as fichas técnicas no final do livro:gramatura do papel,tipo de letras, etc...)

Claudio Márcio Barbosa e eu, estamos ajudando , com os POETAS PELA PAZ E POESIA, a montar a biblioteca da ONG ARTE PELA PAZ (*) .Também recolhemos livros para eles, que gentilmente nos cederam espaço, em março,para reuniões de nosso evento PAZ e POESIA,quando distribuimos mil e duzentos livros na feira de artesanato.Ao saber que eles iriam cimeçar uma biblioteca, começamos a lhes deixar lá caixas de livros:de vez em quando,vamos lá fazer isso.Doei os de minha autoria também.e de amigos que enviaram.

Pois agora, Vânia, na primavera de 2008, quando aniversaria, solicita-nos livros.Pensem no efeito multiplicador!

Mandem-lhe livros!

Clevane Pessoa de Araújo lopes
Diretora Regional do inBrasCi(Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais)

E a chamada da querida amiga:

Vejam a minibibliotecas VMD

http://www.vaniadiniz.pro.br/espaco_cultural_vmd/minibibliotecas.htm

Abraços
Vânia Moreira Diniz\

Contatos:Vânia M. Diniz

(*) A Associação Arte Pela paz, no dia 25 de outubro, fará um mega-evento na Praça da estação, vai no homenagear (ofereceu-nos um estande para exposição_ , diremos poemas pela PAz.E receberão um certificado de Amigos da Paz, das Artes,da Poesia e da Vida, pela Embaixada da Paz e com o apoio da Rede Catitu , da ONG Alô Vida e
Centro Cultural Lagoa do Nado.


erreira GoullartBbbruno grossi, autografando O Grão Imastigável.i outros e oferece um mocrofone para a voz dos Poetas... de Vânia diniz

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

POÊMICA-A.A.de Assis


Poêmica,de A.A.Assis & Assuntos afins

Recebi,há algum tempo,o livro "Poêmica",do Poeta e especialíssimo trovador A.A. de Assis.De tal forma o livro me impressionou de maneira favorável e contundente -já na capa,o chamamento é instigante:"A palavra é uma parábola"-que fui relendo,saboreando,num processo de en/cantamento pleno.
A forma com que dispõe os versos,é similar às maneira com que eu disponha os meus,nos Anos Sessenta e Setenta:palavras e frases entrecruzadas,na vertical e na horizontal, nesta sua lavra,um lúdico mas denso conteúdo.
A plurivertente de sua verve é fantástica:lida com a mesma facilidade com a Poesia concreta,o haicai,o verso livre e chega à sua paixão,as trovas,qual um patinador experiente que não leva quedas,a patinar seguro sob música inaudível,senão a seus ouvidos,mas adivinhada pelo leitor.

O cotidiano é derramado com a simplicidade dos grandes poetas:

"É sexta- feira,véspera de folia.
Lá vai Maria ,
lá vai lavar em lágrimas
a vida de vida,
sofrida vida dividida
em dívidas e dúvidas "(...)

Vejam que situ/ação absolutamente atemporal para o brasileiro:cabe em muitas circunstâncias e épocas.Fiquei agradavelmente surpresa porque tenho também uma antiga poesia e uma crônica que começam "toda a vida,ávida"(...).Por isso se diz que os Poetas andam com a cabeça nas nuvens:padecemos de uma encantadora sintonia com o Alto...E quando ocorrem similaridades,como diferem das tentativas grosseiras de plágio!
Assis adora trocadilhar,ilhar a palavra em paralelismos semânticos,fazer istmos notáveis ou separas terras provocando quebra de sentido da Semântica,numa riqueza de significantes e significados.Basta dar uma breve olhada em versos aqui e ali:


"(...)o saxofone,saque-sem-fundo(...)



(...)"A alegoria,onde a alegria?"(...)


(...)"o trilo do apito
o grito do aflito
o confete,o conflito"(...)


Dos muitos achados concretistas, a segunda poesia:

2.

O

amor fez o
h
o
m
e
m
do barro.

Do barro o homem fez o tijolo
e ao
tijolo
outros
tijolos
juntou.

E fez o m
u
r
o
que do amor o separou."




Tenho um poema, ao qual chamei Construção, e escrevi,em Juiz de Fora, nos Anos 60.Depois, mostrei-o ao poeta hegelk ponts, que o aprovou, lá no ´NUME(Núcleo Mineiro de Escritores).Depois, publiquei-o com o titulo de Arquitetura e diz:


Quem diriA
M
O
R T
que aquEla
R
N
U
R V
ARQUITETADA EM MIM
R
I
FAZER

CASTELOS EM
I?...


Lembro-me bem,nesse episodio,mocinha,em Juiz de Fora,no NUME (aguardar,tímida ,a impressão de meu ídolo trovador, Hegel Pontes,e ele,tão circunspecto quanto eu,dizer duas vezes "Genial...genial!"...E me explicou,com sua habitual filosofia de vida,que,com poucas palavras,eu construíra uma história,um processo amoroso,este sempre raiado de perplexidade...Como não fico vaidosa,mas contente quando gostam do que escrevo,saí de lá,nas nuvens.

Depois que voltei a Minas,chegando do Pará,ligava para ele e sua memória,fascinava-me.Declamou até a trova que os trovadores fizeram,quando passei,de noiva,por eles,na nave da igreja da Glória,para casar-me com o Messias da Rocha,também trovador e meu colega de redação na Gazeta Comercial.Eu era tão mignon,que disseram algo sobre a minha passagem "etérea" -ah, preciso ligar novamente para ele e copiar essa preciosidade.

Volto a Assis,cujo livro de capa azul está bem à minha frente.Digo que todos que apreciam a poesia verdadeira,devem lê-lo(o e-mail do Poeta é alw@mgalink.com.br),se buscarem o resultado da inspiração pura e genuína.

Alguns minipoemas:

7.

"Quantos mil anos:
do paraíso
ao luxo/lixo
urb/ânus."


11.

Lá vai o velho
des-den-ta-do
a esmolar
ex
molar
esmo
lar.


49

Receita
contra
fadiga
ponha
um pouco
de cigarra
no seu
labor
de formiga.


E por aí vai.

Comovo-me ao reencontrar-me em sua poética Poêmica,nada anêmica,mas sistêmica.Palavras de minha coleção encantada,idéias ,ritmo.Isso agora e desde a primeira leitura demonstra porque ,através da internet,sem nunca tê-lo visto,o senti irmão em poesia.Para ele,brota-me:


Os versos e achados
de Assis
são anis,
aroma de chafariz
contínuo
ao nariz
da alma
de quem o lê,
en/cantada.
Pó de ouro
em poalha
de sol,
suspensão
que atalha
o caminho
do tudo e do nada
que leva a cria/tura
ao Criador.
Assis,
que re/cria-a-dor
que re/a-li-nha
a tessitura
do amor
a tece/dura
do manto
macio
e colorido
da vida:
mantra
que se repete,
canta,
para sobre/viver...

Mas tenho de fechar com trova,pois sua excelência justifica as tantos premiações em Jogos Florais.Escolhi uma preciosidade(para mim,que amo as aves,e pretendo entender de casais,uma trova especialíssima):

"Querida,eu comparo a gente
às asas de um passarinho:
um sem outro,certamente,
não se equilibra sozinho!"

(O que por certo justifica Assis e D.Lucila,sua esposa,viajarem juntos para que ele receba seus merecidos premios)

Clevane Pessoa de Araújo Lopes.
Belo Horizonte,02/02/06

Publicado,originalmente, em Clevane de Asas:http://clevanedeasas.blogspot.com/

Mazza lança três novos títulos na capital Mineira.




A Editora Mazza ,em Belo Horizonte,lança três livros:

De Luiz Paulo Lyrio de Araújo, a ediçao ampliada de NOS IDOS DE 68 -->18 de agosto às 18:30h no Restaurante Cozonha de Minas -->Rua Gonçalves Dias,45 -->quase esquina com Av.Do Contorno.

De Fátima Oliveira, Reencontros na Travessia -->25 de agosto-->Restaurante Cozinha de Minas-->Rua Gonçalves dias 45,quase esquina com Av.Do Contorno.

De Terezinha França, Arribaçãpo, -->30 de agosto, na Travessa Livraria, ás 10 horas.-->Av.Getúlio Vargas 1405,Funcionários.

domingo, 6 de julho de 2008

CANTATA -Yeda Prates Bernis


Clevane pessoa e Outras pessoas


Domingo, 6 de Julho de 2008
Yeda Prates Bernis e Cantata



A Coluna de.......... Clevane Pessoa Brasil
Pág. 78






Quando morávamos em S.Luiz, Maranhão,vínhamos a Belo Horizonte todos os anos,e numa dessas vindas,encontrei um livro de Poesias chamado "Pêndula", que comprei e li de um fôlego.Era um dos que Yeda Prates Bernis publicara.Reli-o na viagem de retorno,no avião,embalada por sua verve.Identifiquei-me de imediato, pois meus temas prediletos e recorrentes desfilavam sob meus olhos, escritos por ela.
Emprestei-o muitas vezes,a quem gostava de Poesia verdadeira.Mandei um de presente para a Irmã Josephina de Gusmão,que ainda vive,idosa, no convento em Itajubá e que, no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Itajubá,se não me engano em 1964,eu com dezesseis para dezessete anos, cursando o terceiro ano do que chamavam "Curso Normal"(de normalistas, professorinhas futuras)e publicou a primeira resenha que eu escrevera, "Sapatilhas e Botinas "(ando atrás dessa publicação).

Depois que retornamos, em 1990, de vez em quando,encontrei algum de seus livros para comprar.Meu imaginário fervilhava:onde está essa Poeta? Quem é?...

Fui então, convidada para ministrar uma palestra no curso de Atualizaçao Cultural de D.Selma, no PIC Cidade, aqui em belo Horizonte.

Encontrei uma sala repleta de senhoras muito bem arrumadas e elegantes, sorridentes.Reencontrei uma de minhas colegas do curso de Psicologia, da FUMEC, Terezinha, que vira meu nome na progranação e aparecera para abraçar-me.

Após a palestra, um tema sobre questões de gênero e sexualidade , uma das senhoras levantou-se para dar seu depoimento, externar sua opinião.Olhos verdes faiscantes,mostrava a beleza de jovem que devia ter sido.Ainda dona de um rosto marcante.Ao perguntar seu nome, tive a surpresa:Yeda Prates Bernis, a poetisa que eu tanto buscava nos meandros dessa capital grande , ali, à minha frente...

Conversamos, trocamos figurinhas, eu lhe dei um de meus livros, Sombras Feitas de Luz.

Tempos depois, liguei para sua casa e lhe pedi a doação de alguns livros, para sortearmos na semana da Mulher, que organizávamos, todos os anos, no Hospital Júlia Kubtischeck,onde eu trabalhava.

Imediatamente, ela enviou ao meu consultório duas sacolas com daquelas preciosidades.Generosa,incluiu edições encadernadas, em capa dura,de Grão de Arroz.É nele que Oswaldino Marques,o prefaciador, decreta, no título, ser um livro de ..."HAIKAYEDAS"

Quando meu filho Allez Pessoa,contrabaixista,a pedido da vereadora Elaine Matozinhos,estava organizando a cerimônia do Dia da Mulher, em 2004,que aconteceria no MATRIZ ,uma casa de shown,resolvemos homenagear Yeda, legítima e premiada representante da Poesia da capital mineira.Mais uma vez, ela enviou livros para presentearmos as mulheres e compareceu para receber sua placa. Na data, não pude estar ali e então,ela enviou-me por Alessandro,seu mais recente livro:"CANTATA".

De encdernação dura,na cor vermelha,a antologia tem capa e projeto gráfico de Marconi Drummond,em edição da autora.

Apesar das poesias escolhidas não o terem sido em ordem cronológica,revelam, por certo,significâncias de sua alma, de suas acontecências de vida.Significantes e significados alcançam uma extensão deliciosa em sua Poesia sutil e profunda.Sua trajetória poética.

Sua alma tem sempre algo de oriental, quando,por exemplo,escreve haikais (relembro:em um de seus livros ,de haikais,esse chamado"Grão de Arroz",é que o prefaciador chamou de "hakayedas"(*), tal a força de estilo que ela imprime neles).

Seu livro de estréia foi "Entre o Rosa e o Azul, logo premiado com o Prêmio de Literatura Cidade de Belo Horizonte".Cada um, além das nuances naturais de um trabalho escrito com a amorosidade que soi aos poetas, há sempre a marca estilística.

Escreveu ainda:"Palavra ferida",Pêndula","O Rosto do Silêncio",À Beira do outono", "Encostada na Paisagem", além do cito "Grão de arroz."

Quando fiz meu e-book "Orvalho" de haikais,novamente liguei-lhe e ela escreveu o prefácio.

Há tempos, não a vejo.mas sempre que abro um de seus livros, parece -me ouví-la, a ela, que escreve, canta e toca.Encanta.

CANTATA ficou guardado, pois mudei de casa e muitos livros permaneceram unidos em berços de caixotes.Agora, cá está esse primor à minha frente.

Hoje, escrevi uma poesia , a pedido de Cath Roos para uma série, chamada "Grita, poeta".Depois a postarei aqui.Uma Poesia de muitos versos.Já Yeda, na página 20 que acabo de entreabrir, nos dá esse exemplo de concisão:

RETRATO
(Y.P.B.)

"Da cabeça
pesados fios de memória
escorrem sobre os ombros.

No oceano dos olhos,
cristais soprados
pelas salinas da alma.

Na boca, em pedaços,
um grito guardado"


A sutileza das metáforas leva ao banquete vivencial.Meu lado psicóloga as interpretaria à exaustão.Meu lado poetisa se enternece e ,dessas "salinas da alma", chegam-me os cristais líquidos.Belíssimo exemplo de sua verve, de seu estilo....

Vejam a maestria desse outro retrato, esse, de outrem, ao qual se identifica a poeta, para interpretá- lo:

"NO QUARTO
(Y.P.B.)

Penumbra e silêncio.
A cama dorme.
A cômoda,
grávida de roupas inúteis.
Sonhos exautos fogem
pelas frestas da porta.
E um homem
abraçado á solidão
aguarda."

Seu olhar feminino está ali,claramente pousado em uma cômoda, à qual atribui o animismo,o caráter humanizado:"a cômoda,/grávida de roupas inúteis"(...)Por que as rouas antes utilitárias,agora estão inúteis?para que finalidade foram compradas?Fossempeças íntimasfemininas, fácil deduzir:ah, para sedução...Mas o sujeito da solitude, é do gênero masculino.Quem não está aí para abraçá-lo?E se a solidão o ampara, até quando? E o verbo final,apoteótico:ele "AGUARDA".A condição humana desvendada nesse pequeno espaço verbal:seres que esperam,as pessoas.E a Poeta nos sabe.E se sabe.

Pianista, cantora,Yeda traz a Música imprescindível para seu próprio ritmo poético.Não é do nada que CANTATA foi subdividido assim:ANDANTE,TEMPO GIUSTO,ALLEGRO,DOLCE,PIANÍSSIMO...Medidas dos tempos musicais, de forma alegórica para esses versos...

Yeda tem impulsos que derrama pelo livro, todos acertados,veja,:

QUASE HAIKAI
Y.P.B.)

"Do beiral dos dias
cai sobre mim
tênue chuva de estrelas:

estou molhada de luz."

Tem-se a impressão de que ia ser um haicai,mas ela precisou dizer algo mais,o que estava sentindo, essa bela imagem de estar umedecida pela LUZ.Do haikai tradicional, com sementes de Basho,Yeda Prates bernes guarda a singeleza, a força das estações, a leveza.Mas já em Grãos de Arroz, dá o recadodo gênero poético, mas nem sempre segue a norma de 5,7,5 silabas poéticas nos versos.Alguns sim , alguns não.

É imbatível nos tercetos, poetrix espontãneos a que dá á luz.Cada um mais plúmeo:

Na poça d'dágua
o gato lambe
a gota de lua.

**********
Inútil.A gaiola
nunca aprisiona
as penas do canto.

**********
Branco instante
entreo verde e azul:
garça ou pensamento.

***********

E, para fechar (voltarei a comentar as Yedicências mais tarde,outras vezes,tantas quantas meu coração peça) , este belíssimo:

RESGATE


O pai a mãe
girassol violeta.
A Mãe Preta, mater dulcíssima.
"spes nostra",salve!
O cão lambe
a solidão da infância.
O sino da matriz
asperge em sons
a poeira das ruas.
a primeira comunhão,
fogo fátuo no coração menino.
Coral de passarinhos
na mangeuira
arrepia o silêncio da tarde.
O incenso no fogão de lenha
tortura as almas em cinza.
A perdiz,a codorna, o nhambu
aguardam, já frios,a depenagem.
E o depois não chega
a não ser pela folhinha na parde,
flor esmaecida de um tempo
que, lentamente,na memória
se desfolha."

Percebe-se, por toda a caminhada poética de Yeda, esse arguto olhar sobre o tempo, as estações, as fases de vida.Talvez por isso mesmo, seja uma haikaista hábil na medição da temporalidade . E todos os seus pesos são plúmeos,sempre digo.

CANTATA traz impressionante fortuna crítica,de Drummond a Alphonsus de Guimarães,de Antonio Cândido de Mello e Souza a Francisco Carvalho,a de Abgar Renaut a Bartolomeu Campos Queirós, de Affonso Romano de Sant'Anna ,do romancista Cyro dos Anjos ao querido Fernando Sabino,Francisco Carvalho a João Luiz Lafetá - e mais: o experiente José Afrânio Moreira Duarte, o admirado Manoel de Barros,o incisivo Ivan Lins,o constelado Márcio Almeida,o sensível,Paschoal Motta,e encantado Pedro Nava,o criativo Oswaldino Marques("haikaydedas!).Caio Porfírio Carneiro chama a cada um dos grãos de arrozz "trinta e seis jóias" de um colar, o livro.
Esse baú de madrepérola encastoada em madeira de lei, da Fortuna Crítica, tem chave de ouro com a doce e sábia Henriqueta Lisboa sobre "ENTRE O ROSA E O AZUL":"POESIA PARA HABITAR OS CORAÇÕES".

Quanto a mim, não posso deixar de transcrever Silviano Santiago:

"Curiosa a ambivalência do haicai que você pratica:ao mesmo tempo em que pratica :ao mesmo tempo em que corta como lâmina fria o cerne do poético , abre espaço para o lento fluir do devaneio
pelos labirintos do inconsciente"
(sobre "Grão de Arroz")


(*) Fortuna crítica:João Lafetá:
(...)"Impregnei-me de seus haikayedas".

Por clevane pessoa de araújo em 07/02/2007 às 11h12



<> Dicionário da língua portuguesa em linha <> Conexão para traduções <>


Quem é: Clevane Pessoa

Escrever à autora


Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Escritora, Poeta, psicóloga. Belo Horizonte - Brasil

Retomei a vida literária em 2000-e de lá para cá, participei de cerca de 20 coletâneas de textos literários, inclusive o livro “Adolescente-Aspectos Clínicos e Psicossociais”, organizado pelos drs. em hebeatria , Maria da conceição de Oliveira Costa e Ronald Pagnocelii, sendo co-autora dos capítulos de Sexualidade na Adolescência e Homossexualidade. Tenho escrito em jornais e revistas, participado de programas de rádio e TV, congressos, cursos, oficinas, feito palestras e conferências, como psicóloga ou escritora.


(Texto Publicado
A originalmente no Jornal Ecos (organizado no Brasil, por Vânia Moreira Diniz) :http://www.jornalecos.net/pessoa.htm

Outros textos meus neste belo jornal virtual-cuja ausência agora,lamentamos.Bonito,um costume de Vânia Diniz, clean e capaz deagregar renomados e desconhecidos com a mesma generosidade:


N°26: Pelos Caminhos da Vida e Da Alma... N°27: A PRIMEIRA FEMINISTA FOI A PRIMEIRA MULHER... N°28: Desmoiselles" e um antigo colega de Redação,José Luiz Dutra de Toledo... N°29: Os Anjos de Milinha (infantil)... N°35: Pés Erotizados... N°38: A Poesia abraça a Música... N°39: A-No/RE/xia (I)... N°40: Trovas na Parede & Pichação e Grafitagem... N°41: SEXUALIDADE E MATURIDADE... N°42: Primeiro vínculo afetivo-sexual... N°43: Poesia Viva... N°44: O complicado Poder de Sedução da Mulher... N°45: ATOR NÃO TEM IDADE DE ALMA,TEM IDENTIDADE DE ALMA... N°46: Haikais Concretos... N°47: Entrevista com o Maestro Andersen Viana... N°50: Profissão: Poeta... N°54: Ilha de Fernando de Noronha-Rememórias (I)... N°55: Palavras Para Ser Feliz... N°56: PRATICAR-SE:A ARTE DE ENCONTRAR O OUTRO... N°57: Profissão: Poeta "
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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Petterson Filho: um "Inconfidente Mineiro"



Petterson Filho, um "Inconfidente Mineiro"

Por Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Poeta Honoris causa, pelo Clube Brasileiro de Língua Portuguesa.

Fotos:do autor, na Casa dos Contos(Ouro Preto,Minas Gerais ,Brasil)


Antuérpio Pettereson Filho (Petterson Filho), traz a si um exemplo de cidadadania viva, não apenas conceitual, por exemplo, em ceu espaço na Internet, o "Grito Cidadão", onde sou de vez em quando colocada na qualidade de "parceira"- e os bon parceiros são de boa cepa, donde sentir-me sempre em boia companhia, incluindo a do próprio Antiuérpio.

Aqui, quero especificamente falar do livro "INCONFIDENTE MINEIRO",de poemas, onde a cotidianos, a sinalização para o staquos quo, a miséria humana, são apontados com propriedade.
O subtítulo , na capa, acima da foto do autor que se posiciona dentro do triângulo vermelho das Minas Gerais,símbolo da bandeira, criada na menção à Inconfidência Mineira e onde está escrito "Libertas Quae sera Tamen"), lemos:"Ilustrações & Poesia".O volume tem uma expressão gr´pafics, intimamnete ligada à poética.

Nos livros de história escolares, os brasileiros sabem desse Movimento contra a Coros Portuguesa e seus impostos excessivos sobre os produtos da mineração no Estado que se reporta a que -fazer:Minas gerias.Mas , no contexto geral desse momento, descobre-se a rica missão da POIESIS: uma boa parte dos cidadãos revoluncionários e patriotas (inspirados na França-"Liberdade, Igualdade, Fraternidade"), eram POETAS.E assim , nos espelhamos no exemplo de que o poeta , seja a sua verve lírica ou não, deve perpassar pela conscientização cidadã e expressá-la sempre que possível.mais ainda:a atitude ,deve ser de plena inconfidência a tudo que prejudica o livre exercício da brasilidade.

O autor posa,em 2003 na página primeira, na casa dos Contos, em Ouro Preto,a antiga Vila Rica, palco da tentativa de Liberdade legítima ,por parte dos vários bardos inconfidentes, que pertenciam ao Arcadismo,Movimento Popético onde os autores usavam pseudônimos de poetas-pastores.Ao lado de soneto de Claudio Manoel.


Já na segunda página, Petterson oferece um estudo sobre a forma geométrica cita:

"É o triângulo,ao meu modesto ver, a forma geométrica perfeita".Mostra que "conforme o ãngulo de observação, presta-se à política, à filofofia,à religião, à subjetividade.

A Inconfidência Mineira, é então explanada e comentada, comparada:

""A despeito,passados mais de dois séculos do esquartejamento dom tal movimento,persisite até hoje,empunhadas as lanças por outras e novas mãos,a voracidade voluptuosa da fazenda arrecadatória"(...)e fecha essa prelação, a conclamar:

"Discorro em versos e imagensa respeito de um Paísque habita incandescenteo meu imaginário,que quero ver e realizar".
belas palavras, circundadas sob o signo do fogo, que tantas cvezes arde no peito dos poetas e na premissa que às vezes, precisamos destruir para reconstruir.Não é incomum passarmos e vermos o verde brotando forte e belo do negro fruto de uma queimada.

Ao fornecer seus dados, Petterson inicia-os de forma sui generis:

"Sou um poeta desconhecido.Nunca participei de nenhum concurso,nõi fiz curso de especialçização no Exterior,,e, em decorr~encia, nunca recebi prêmio algum."(...)

Apesar desse aviso explicativo, hoje, graças à Internet e ao seu site "Grito Cidadão", é conhecido, estimado e abre espaço para as parcerias que seleciona cuidadosamente.

Parte dele está em Vitória,ES e parte em Belo Horizonte,MG, seu berço, onde ,na rua Rio Negro, no tradicional Bairro Barroca, recebe correspondência:
R.Rio Negro 101 ou Rua da Grécia 195 (Barro Vermelho)-Vitória ES.

Petterson é advogado e um sentilena de seu tempo.


Apesar da reprodução de seus poemas ser vedada, há tempos, ele autorizou-me a publicar o que desejasse (da mesma forma que eu, em relação a meus textos em seu site), então, apresento uma amostra desse poemário :

Sobre o retirante, um dos versos reza:

(...)"
"Não tarda e descobrem que no Sul, seca se chama asfalto"

Sobre "Joãos e Marias", os "gigantes, escreve;

(...)
Eles trabalham por um mundo verdadeiramente melhor,
seja mexendo nas construções,
seja na beira do tanque lavando a roupa suja"(...)

Acho interessante essa alegoria, pois no Brasil, o excesso de roupa de suja precisa mesmo ter mãos que a lavem.Gosto ainda de que pedreiros e lavadeiras representem os dois g~eneros:homem e mulher, ambos necessários.

Ele é poeta, mas quando dá pela copisa, a relaidade está ali, invade seu espaço e cobra-lhe atitudes, batendo-lhe na cara (in "REALIDADE")

Já em INFÂNCIA, registra, a revelar o cansaço existencial que às vezes nos acomete, enquanto pessoas passíveis de "saber" das coisas:

(...)"Pudesse eu
esquecer o que sei
a maldade aprendida
nas fábulas infantis
e nos crimes de jornais"(...)



Para fechar essa pequena mostra, lembro que há textos vibrantes em prosa, e trancrevo essa maravilha:

(...)
"Eu fiz tudo certo
fertilizei a terra
cuidei com amor
até o sono sagrado eu perdi
mas as uva nas parreira

preferiram os passarinhos
a mim".

Esse poema, O SEMEADOR, para mnim, é o retrato vivo de quem pratica a POIESIS e por vezes, perplxo, percebe-se preterido, sente que seu trabalho de semeadura é quese vão, porque nem todos entendem a linguagem sacra dos Anjos, a que fertilaza-a-dor.Você, Petterson, um poeta ferlizador...

O e-mail do autor, para quem quise adquirir seu livro:

inconfidentemineiro@ig.com.br

Divulgação:Diret.Regional do InBrasCi em Belo Horizonte, MG, Brasil.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Mariinha e "O pardalzinho desconfiado"


O Pardalzinho Desconfiado

1) A AUTORA

Maria de Jesus Fortuna Lima, a quem os amigos chamam carinhosamente, de Mariinha,é uma dessas pessoas-anjo,com olhos no Alto e pés na Terra.Pequena estatura,qual Piaf , com voz imensurável aos ouvidos menos treinados ,ágil,qual Carmen Miranda ,a pequena Notável,capaz de ser a teia entre mundos:nasce em Portugal e se entrega ao Brasil.Vai ser estrela nos Estados Unidos e levar nossa música para o Mundo.Nossa autora nasce no Maranhão, é levada da criança ,à moça que foi , transita , por mudanças paternas, entre o Maranhão , sua Terra Natal e o Rio de Janeiro , onde se estabelece a mesclar os costumes , a cultura , a família tradicional da Ilha do Amor , apelido da capital maranhense , à modernidade do Rio de Janeiro.Tamanho não é documento”, preconiza o velho adágio popular.E a moça Maria,com a fortuna no sobrenome, é tipo mignon.
Para exercer sua liberdade de ser, a pequena de grandes perspectivas ,foge da severidade do pai ,cearense à antiga, vem a Minas Gerais ,onde se forma e trabalha .É assistente social, não se deixa sufocar pela mesmice do Serviço Público Federal , onde ingressa, para trabalhar no ex-INAMPS .Em Belo Horizonte , adultesce,torna-se , uma rara pessoa ,dessas que quando se conhece, sente-se vontade de estreitar os laços.
Eterna apaixonada pela beleza , Mariinha colhe na cornucópia sem fundo da alma ,da personalidade , os muitos don s: desenha, pinta, dança, faz poesia escreve contos e crônicas .Chargista, prima do cartunista Fortuna , ilustra seus próprios livro s, o que fez ninguém menos que Pierre Weil, expoente máximo da Psicologia Transpessoal, de quem foi vizinha e com quem conviveu afirmar , na contracapa de seu lindo livro “A Incrível Estória de amor de Mimo e Dedé” (*) , quando a apresenta ao leitor:

“(...)Além de escrever com um estilo que toca as raízes de nossa alma , ela faz questão de ilustrar seus contos tal como Saint Exupéry , e com a mesma leveza e singeleza”(...)
Há pouco Maria de Jesus ilustrou um curso que realizou com uma ginecologista da capital mineira, a teoria e as dinâmicas de grupo, com suas charges, cuja protagonista , Lena Luci é o protótipo de qualquer mulher no climatério.
Quase impossível acreditar que tenha ultrapassado a barreira dos sessentas anos de idade . O riso é fáci l, a ironia é fina , característica das pessoas muito inteligentes, a disposição, grande . E escreve para crianças, tarefa a que poucos ousam aventurar-se. Suas histórias revelam rasgos de sua alma esotérica .Weil afirma , sobre seus contos:

“(...)têm um cunho transpessoal.Sua simbologia arquetípica mexe com as profundezas do autor(...)”
A par da feição poética e do estilo sutil/denso, no aflorar da desenhista e da poeta que espiam sua prosa , as histórias por ela escritas têm sempre um cunho educativo, sem cansar o leitor provável, seja ele de que idade for, mas sobretudo, os jovens leitores.
Psicóloga e mãe, recomendo-a . Mulher, poeta e desenhista , sou sua leitora e admiradora .E tenho a alegria de tê-la tornado amiga.



Clevane Pessoa de Araújo Lopes/Belo Horizonte, Minas Gerais, 24/07/2006


2)À Guisa de Posfácio

O Pardalzinho Desconfiado

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

As noções de família,infância e adolescência,se apresentam com perfeição nesse livro de Maria de Jesus Fortuna, escrito em...,com prefácio de Geraldo Eustáquio de Souza,conhecido autor sensível que a percebe qual uma fotógrafa.E ela o é.Tudo que enxerga, registra com as objetivas de seu interno e com os olhos de olhar/ver. E o mais interessante é que à realidade,adiciona seu rico imaginário e pitadas da poesia marcante que a faz uma das poetas mais interessantes que já li.
Sendo chargista, Mariinha deixa escapar seu impagável humor, tornando sempre leve a necessidade de filosofar.
Ela própria uma leitora contumaz, desde criança, escreve para a gente miúda com tanto savoir –faire, que os adultos se deleitam com seus contos.
A natural curiosidade e a desconfiança, a ilusão e as dúvidas , a coragem e a humildade, são fatores que a autora empresta a esse pardalzinho,ao qual chama Plínio, numa clara demonstração de que todos fomos criança e adolescentes um dia, o que muitos adultos nem sempre lembram . Somente para fazer a analogia, o prenome “Plínio” , nomeado na lista de desambigüação na História , como” Plínio o Velho “, que foi um romano ,estadista, da nobreza ,historiador(morreu na drástica erupção do Vulcão Vesúvio, em 79 DC) , e também “Plínio, o Novo”, não por acaso , sobrinho-neto do primeiro personagem, que foi escritor e orador (62 a 113 DC) .Esses grandes homens , lembrados através dos tempos, tiveram , na infância e na puberdade , por certo, as mesmas dúvidas do pardalzinho protagonista desse livro lindo.
As ilusões do existir, são simbolizadas pelo pássaro enganador, aquele de voz atraente, que é um semeador de vacilações, suspeitas, indecisões, cepticismo. O aparentemente belo pássaro, é o protótipo dos aliciadores, que oferecem aos inexperientes promessas falsas e vãs, muitas vezes, afastando os imaturos das verdades aprendidas e apreendidas no lar.
A coruja, o urubu, têm um fantástico papel no enredo e fico a imaginar esse livro tornado peça, esquete teatral para en/cantar e alertar, com poesia e graça, com a trama tão bem urdiada no tear da autora.
Uma das lições mais consistentes, é que as crianças precisam ser ouvidas e entendidas.E que a paciência para com elas é a chave imprescindível para livrá-las do mal.O que Zé, o Urubu, demonstra de sobra, além da ousadia de seguir o passarinho e descobrir o que havia de verdade em toda a tristeza por ele demonstrada. Também é um livro que fala de esperança : é possível que a alegria volte à floresta, ao pardalzinho,à alma de quem encontra um amigo para a relação de ajuda.
Um livro que recomendo.A autora está de parabéns.

Clevane Pessoa de Araújo Lopes,24/07/2006,BH,MG

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Ademir Bacca e a doação de 2000 livros no XVI Congresso Brasileiro de Poesia





Ademir Bacca é dessas pessoas para quem o Outro tem peso na balança de dois pratos do seu ser-poético:de um lado, ele e sua verve, sua obra, suas ações, tais e quais as conhecidas no Proyecto SUR, no Congresso Brasileiro de Poesia que acontrece emm Bento Gonçalves,RS, nas antologias que organiza com dedicação.De outro, a divulgação dos demais poetas,seu entusiasmo nesse garimpo.

No ano passado, participei, pela primeira vez, da antologia, e as relações entre editor e Poeta não poderiam ser melhores.Os livros chegaram , da forma que sinalizei, aqui em Minas gerias.Gostei da capa, da companhia, da edição em si.
Sempre repito que não conheço o Bacca pessoalmente, mas jamais encontrei quem dele falasse senão boas coisas.Tenho a maior empatia com seu trabalho, com seus poemas.

Divulguei fotos da doação de exemplares às escolas.As crianças gostam muito de ler, os adolescentes precisam manter esse contato com os livros, para encontrarem caminhos de realização pessoal e estruturarem a personalidade em formação.Poeta quer ser lido e ,nas escolas, muito mais pessoas terão acesso à Poesia, ao autor.

Cultura é mais que ir à escola.Para mim, todo culto, lê.Os demais, apanham migalhas dos muitos saberes e fingem saber.A criatividade desenvolve-se com muitos braços, se o ledor se entregar a esse prazer inexprimível.

Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Poeta Honoris Causa para oito Países Lusófonos.


Agora, o convite para mais uma jornada:o Congresso de 2008, a participação nas novas antologias.
Vejam:





XVI CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA NESTE ANO DISTRIBUIRÁ DOIS MIL LIVROS DURANTE O PROJETO 'POESIA NA ESCOLA'


Dando início aos preparativos da XVI edição do Congresso Brasileiro de Poesia, que será realizado na cidade de Bento Gonçalves entre os dias 6 e 11 de outubro vindouro, o PROYECTO CULTURAL SUR/BRASIL está lançando a edição 2008 do projeto "POESIA NA ESCOLA", que consiste na publicação de mais dois volumes da antologia "POESIA DO BRASIL".

O volume 7 será coordenado pelos poetas Artur Gomes e Cláudia Gonçalves, enquanto Ademir Antonio Bacca coordenará o volume 8.

No ano passado, 1.700 exemplares das antologias publicadas foram entregues à Biblioteca Pública Castro Alves, encarregada pela Fundação Casa das Artes para fazer a distribuição dos livros às escolas das redes municipal e estadual de ensino. Para este ano, a coordenação do XVI Congresso Brasileiro pretende distribuir às escolas 2.000 exemplares.

Cada um dos volumes contará com 56 poetas e terá 344 páginas.

As inscrições já estão abertas. Garanta desde já a sua participação."

Dois poemas de Ademir Antonio Bacca:


não tão frágeis

na mesa do prazer
nem todas as taças
são de cristal

algumas paixões
são duras de se quebrar.

© Ademir Antonio Bacca
do livro: “Grito por dentro das palavras”

******


toda palavra

toda palavra
devora entranhas
e alimenta medos

toda palavra
que corta fundo
reparte o sangue
entre a terra
e o corpo

mas toda palavra
que cala,
divide dois mundos
para sempre

© Ademir Antonio Bacca
do livro “O Relógio de Alice”

A leitura e eu...


Leio desde os três anos de idade, graças às atividades lúdicas de mamãe menina, pois morávamos na Fronteira do Brasil com a Colômbia, em Japurá e ela, sem muito "que- fazeres" ( além de criar duas menininhas, gestar o primeiro filho homem, criar vários animais que apareciam por lá, depois de curá-los ,fazer bolinhos - muitas vezes roubados ainda quentes pelo macaco Chico, lavar roupa no rio,num "porto", um pedaço de madeira flutuante, cercada de botos),resolveu, por silabação, ensinar-me.
Maravilhada, juntava as sílabas e sentia um prazer enorme, ainda lembro.Fui com ela ao dentista e perguntei:
"O senhor é de Recife?"(falava com o "e" bem ab erto, nordestina na Amazônia)Mamãe contava que ele ficou perplexo:"Mas como sabe?".Apontei para os caixotes e caixas que acabavam de chegar de Manaus com ele e li, soletrando :R-e,Re, C-i,Ci, F-e,Fe".
Devo muito à leitura e aos poucos, aqui vou comentar livros e acontecências refentes aos livros.Sou uma pessoa livresca, donde o nome do blog.Leio e escrevo,gosto de comentar livros e resenhar os que posso, desde os Anos 60, em Juiz de Fora, mas ainda normalista, a pedido de minha professora de Português, Irmã Josephina de Gusmão.
Minha primeira crítica literária foi para a Revista da Previdência.E,de alguma forma premonitória, chamei-a "Sapatilhas e Botinas".Apenas pelo contraste entre umas e outras.Mas escrita conforme ainda gosto;sem parar muito, da primeira à última palavra, de uma só vez.Em março, acontecia o Golpe Militar que iniciou a Ditadura, os Anos de Chumbo.Li muitos livros "proibidos", então, de "o Último Tango em Paris"(o filme , somente assisti, depois de casada , pela segunda vez, em Belo Horizonte, no final dos Anos 70,em um cinema "para homens", onde meu marido Eduardo, cinéfilo, levou-me a assitir muitos...
Há filmes mais interessantes que os livros (penso , para mim , ser o caso de Dr.Jivago).Mas a grande maioria dos livros nos envolve e desenvolve mais a imaginação:nada limita,o protagonista, tem a cara que lhe damos, por exemplo...