quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Petterson Filho: um "Inconfidente Mineiro"



Petterson Filho, um "Inconfidente Mineiro"

Por Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Poeta Honoris causa, pelo Clube Brasileiro de Língua Portuguesa.

Fotos:do autor, na Casa dos Contos(Ouro Preto,Minas Gerais ,Brasil)


Antuérpio Pettereson Filho (Petterson Filho), traz a si um exemplo de cidadadania viva, não apenas conceitual, por exemplo, em ceu espaço na Internet, o "Grito Cidadão", onde sou de vez em quando colocada na qualidade de "parceira"- e os bon parceiros são de boa cepa, donde sentir-me sempre em boia companhia, incluindo a do próprio Antiuérpio.

Aqui, quero especificamente falar do livro "INCONFIDENTE MINEIRO",de poemas, onde a cotidianos, a sinalização para o staquos quo, a miséria humana, são apontados com propriedade.
O subtítulo , na capa, acima da foto do autor que se posiciona dentro do triângulo vermelho das Minas Gerais,símbolo da bandeira, criada na menção à Inconfidência Mineira e onde está escrito "Libertas Quae sera Tamen"), lemos:"Ilustrações & Poesia".O volume tem uma expressão gr´pafics, intimamnete ligada à poética.

Nos livros de história escolares, os brasileiros sabem desse Movimento contra a Coros Portuguesa e seus impostos excessivos sobre os produtos da mineração no Estado que se reporta a que -fazer:Minas gerias.Mas , no contexto geral desse momento, descobre-se a rica missão da POIESIS: uma boa parte dos cidadãos revoluncionários e patriotas (inspirados na França-"Liberdade, Igualdade, Fraternidade"), eram POETAS.E assim , nos espelhamos no exemplo de que o poeta , seja a sua verve lírica ou não, deve perpassar pela conscientização cidadã e expressá-la sempre que possível.mais ainda:a atitude ,deve ser de plena inconfidência a tudo que prejudica o livre exercício da brasilidade.

O autor posa,em 2003 na página primeira, na casa dos Contos, em Ouro Preto,a antiga Vila Rica, palco da tentativa de Liberdade legítima ,por parte dos vários bardos inconfidentes, que pertenciam ao Arcadismo,Movimento Popético onde os autores usavam pseudônimos de poetas-pastores.Ao lado de soneto de Claudio Manoel.


Já na segunda página, Petterson oferece um estudo sobre a forma geométrica cita:

"É o triângulo,ao meu modesto ver, a forma geométrica perfeita".Mostra que "conforme o ãngulo de observação, presta-se à política, à filofofia,à religião, à subjetividade.

A Inconfidência Mineira, é então explanada e comentada, comparada:

""A despeito,passados mais de dois séculos do esquartejamento dom tal movimento,persisite até hoje,empunhadas as lanças por outras e novas mãos,a voracidade voluptuosa da fazenda arrecadatória"(...)e fecha essa prelação, a conclamar:

"Discorro em versos e imagensa respeito de um Paísque habita incandescenteo meu imaginário,que quero ver e realizar".
belas palavras, circundadas sob o signo do fogo, que tantas cvezes arde no peito dos poetas e na premissa que às vezes, precisamos destruir para reconstruir.Não é incomum passarmos e vermos o verde brotando forte e belo do negro fruto de uma queimada.

Ao fornecer seus dados, Petterson inicia-os de forma sui generis:

"Sou um poeta desconhecido.Nunca participei de nenhum concurso,nõi fiz curso de especialçização no Exterior,,e, em decorr~encia, nunca recebi prêmio algum."(...)

Apesar desse aviso explicativo, hoje, graças à Internet e ao seu site "Grito Cidadão", é conhecido, estimado e abre espaço para as parcerias que seleciona cuidadosamente.

Parte dele está em Vitória,ES e parte em Belo Horizonte,MG, seu berço, onde ,na rua Rio Negro, no tradicional Bairro Barroca, recebe correspondência:
R.Rio Negro 101 ou Rua da Grécia 195 (Barro Vermelho)-Vitória ES.

Petterson é advogado e um sentilena de seu tempo.


Apesar da reprodução de seus poemas ser vedada, há tempos, ele autorizou-me a publicar o que desejasse (da mesma forma que eu, em relação a meus textos em seu site), então, apresento uma amostra desse poemário :

Sobre o retirante, um dos versos reza:

(...)"
"Não tarda e descobrem que no Sul, seca se chama asfalto"

Sobre "Joãos e Marias", os "gigantes, escreve;

(...)
Eles trabalham por um mundo verdadeiramente melhor,
seja mexendo nas construções,
seja na beira do tanque lavando a roupa suja"(...)

Acho interessante essa alegoria, pois no Brasil, o excesso de roupa de suja precisa mesmo ter mãos que a lavem.Gosto ainda de que pedreiros e lavadeiras representem os dois g~eneros:homem e mulher, ambos necessários.

Ele é poeta, mas quando dá pela copisa, a relaidade está ali, invade seu espaço e cobra-lhe atitudes, batendo-lhe na cara (in "REALIDADE")

Já em INFÂNCIA, registra, a revelar o cansaço existencial que às vezes nos acomete, enquanto pessoas passíveis de "saber" das coisas:

(...)"Pudesse eu
esquecer o que sei
a maldade aprendida
nas fábulas infantis
e nos crimes de jornais"(...)



Para fechar essa pequena mostra, lembro que há textos vibrantes em prosa, e trancrevo essa maravilha:

(...)
"Eu fiz tudo certo
fertilizei a terra
cuidei com amor
até o sono sagrado eu perdi
mas as uva nas parreira

preferiram os passarinhos
a mim".

Esse poema, O SEMEADOR, para mnim, é o retrato vivo de quem pratica a POIESIS e por vezes, perplxo, percebe-se preterido, sente que seu trabalho de semeadura é quese vão, porque nem todos entendem a linguagem sacra dos Anjos, a que fertilaza-a-dor.Você, Petterson, um poeta ferlizador...

O e-mail do autor, para quem quise adquirir seu livro:

inconfidentemineiro@ig.com.br

Divulgação:Diret.Regional do InBrasCi em Belo Horizonte, MG, Brasil.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Mariinha e "O pardalzinho desconfiado"


O Pardalzinho Desconfiado

1) A AUTORA

Maria de Jesus Fortuna Lima, a quem os amigos chamam carinhosamente, de Mariinha,é uma dessas pessoas-anjo,com olhos no Alto e pés na Terra.Pequena estatura,qual Piaf , com voz imensurável aos ouvidos menos treinados ,ágil,qual Carmen Miranda ,a pequena Notável,capaz de ser a teia entre mundos:nasce em Portugal e se entrega ao Brasil.Vai ser estrela nos Estados Unidos e levar nossa música para o Mundo.Nossa autora nasce no Maranhão, é levada da criança ,à moça que foi , transita , por mudanças paternas, entre o Maranhão , sua Terra Natal e o Rio de Janeiro , onde se estabelece a mesclar os costumes , a cultura , a família tradicional da Ilha do Amor , apelido da capital maranhense , à modernidade do Rio de Janeiro.Tamanho não é documento”, preconiza o velho adágio popular.E a moça Maria,com a fortuna no sobrenome, é tipo mignon.
Para exercer sua liberdade de ser, a pequena de grandes perspectivas ,foge da severidade do pai ,cearense à antiga, vem a Minas Gerais ,onde se forma e trabalha .É assistente social, não se deixa sufocar pela mesmice do Serviço Público Federal , onde ingressa, para trabalhar no ex-INAMPS .Em Belo Horizonte , adultesce,torna-se , uma rara pessoa ,dessas que quando se conhece, sente-se vontade de estreitar os laços.
Eterna apaixonada pela beleza , Mariinha colhe na cornucópia sem fundo da alma ,da personalidade , os muitos don s: desenha, pinta, dança, faz poesia escreve contos e crônicas .Chargista, prima do cartunista Fortuna , ilustra seus próprios livro s, o que fez ninguém menos que Pierre Weil, expoente máximo da Psicologia Transpessoal, de quem foi vizinha e com quem conviveu afirmar , na contracapa de seu lindo livro “A Incrível Estória de amor de Mimo e Dedé” (*) , quando a apresenta ao leitor:

“(...)Além de escrever com um estilo que toca as raízes de nossa alma , ela faz questão de ilustrar seus contos tal como Saint Exupéry , e com a mesma leveza e singeleza”(...)
Há pouco Maria de Jesus ilustrou um curso que realizou com uma ginecologista da capital mineira, a teoria e as dinâmicas de grupo, com suas charges, cuja protagonista , Lena Luci é o protótipo de qualquer mulher no climatério.
Quase impossível acreditar que tenha ultrapassado a barreira dos sessentas anos de idade . O riso é fáci l, a ironia é fina , característica das pessoas muito inteligentes, a disposição, grande . E escreve para crianças, tarefa a que poucos ousam aventurar-se. Suas histórias revelam rasgos de sua alma esotérica .Weil afirma , sobre seus contos:

“(...)têm um cunho transpessoal.Sua simbologia arquetípica mexe com as profundezas do autor(...)”
A par da feição poética e do estilo sutil/denso, no aflorar da desenhista e da poeta que espiam sua prosa , as histórias por ela escritas têm sempre um cunho educativo, sem cansar o leitor provável, seja ele de que idade for, mas sobretudo, os jovens leitores.
Psicóloga e mãe, recomendo-a . Mulher, poeta e desenhista , sou sua leitora e admiradora .E tenho a alegria de tê-la tornado amiga.



Clevane Pessoa de Araújo Lopes/Belo Horizonte, Minas Gerais, 24/07/2006


2)À Guisa de Posfácio

O Pardalzinho Desconfiado

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

As noções de família,infância e adolescência,se apresentam com perfeição nesse livro de Maria de Jesus Fortuna, escrito em...,com prefácio de Geraldo Eustáquio de Souza,conhecido autor sensível que a percebe qual uma fotógrafa.E ela o é.Tudo que enxerga, registra com as objetivas de seu interno e com os olhos de olhar/ver. E o mais interessante é que à realidade,adiciona seu rico imaginário e pitadas da poesia marcante que a faz uma das poetas mais interessantes que já li.
Sendo chargista, Mariinha deixa escapar seu impagável humor, tornando sempre leve a necessidade de filosofar.
Ela própria uma leitora contumaz, desde criança, escreve para a gente miúda com tanto savoir –faire, que os adultos se deleitam com seus contos.
A natural curiosidade e a desconfiança, a ilusão e as dúvidas , a coragem e a humildade, são fatores que a autora empresta a esse pardalzinho,ao qual chama Plínio, numa clara demonstração de que todos fomos criança e adolescentes um dia, o que muitos adultos nem sempre lembram . Somente para fazer a analogia, o prenome “Plínio” , nomeado na lista de desambigüação na História , como” Plínio o Velho “, que foi um romano ,estadista, da nobreza ,historiador(morreu na drástica erupção do Vulcão Vesúvio, em 79 DC) , e também “Plínio, o Novo”, não por acaso , sobrinho-neto do primeiro personagem, que foi escritor e orador (62 a 113 DC) .Esses grandes homens , lembrados através dos tempos, tiveram , na infância e na puberdade , por certo, as mesmas dúvidas do pardalzinho protagonista desse livro lindo.
As ilusões do existir, são simbolizadas pelo pássaro enganador, aquele de voz atraente, que é um semeador de vacilações, suspeitas, indecisões, cepticismo. O aparentemente belo pássaro, é o protótipo dos aliciadores, que oferecem aos inexperientes promessas falsas e vãs, muitas vezes, afastando os imaturos das verdades aprendidas e apreendidas no lar.
A coruja, o urubu, têm um fantástico papel no enredo e fico a imaginar esse livro tornado peça, esquete teatral para en/cantar e alertar, com poesia e graça, com a trama tão bem urdiada no tear da autora.
Uma das lições mais consistentes, é que as crianças precisam ser ouvidas e entendidas.E que a paciência para com elas é a chave imprescindível para livrá-las do mal.O que Zé, o Urubu, demonstra de sobra, além da ousadia de seguir o passarinho e descobrir o que havia de verdade em toda a tristeza por ele demonstrada. Também é um livro que fala de esperança : é possível que a alegria volte à floresta, ao pardalzinho,à alma de quem encontra um amigo para a relação de ajuda.
Um livro que recomendo.A autora está de parabéns.

Clevane Pessoa de Araújo Lopes,24/07/2006,BH,MG

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Ademir Bacca e a doação de 2000 livros no XVI Congresso Brasileiro de Poesia





Ademir Bacca é dessas pessoas para quem o Outro tem peso na balança de dois pratos do seu ser-poético:de um lado, ele e sua verve, sua obra, suas ações, tais e quais as conhecidas no Proyecto SUR, no Congresso Brasileiro de Poesia que acontrece emm Bento Gonçalves,RS, nas antologias que organiza com dedicação.De outro, a divulgação dos demais poetas,seu entusiasmo nesse garimpo.

No ano passado, participei, pela primeira vez, da antologia, e as relações entre editor e Poeta não poderiam ser melhores.Os livros chegaram , da forma que sinalizei, aqui em Minas gerias.Gostei da capa, da companhia, da edição em si.
Sempre repito que não conheço o Bacca pessoalmente, mas jamais encontrei quem dele falasse senão boas coisas.Tenho a maior empatia com seu trabalho, com seus poemas.

Divulguei fotos da doação de exemplares às escolas.As crianças gostam muito de ler, os adolescentes precisam manter esse contato com os livros, para encontrarem caminhos de realização pessoal e estruturarem a personalidade em formação.Poeta quer ser lido e ,nas escolas, muito mais pessoas terão acesso à Poesia, ao autor.

Cultura é mais que ir à escola.Para mim, todo culto, lê.Os demais, apanham migalhas dos muitos saberes e fingem saber.A criatividade desenvolve-se com muitos braços, se o ledor se entregar a esse prazer inexprimível.

Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Poeta Honoris Causa para oito Países Lusófonos.


Agora, o convite para mais uma jornada:o Congresso de 2008, a participação nas novas antologias.
Vejam:





XVI CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA NESTE ANO DISTRIBUIRÁ DOIS MIL LIVROS DURANTE O PROJETO 'POESIA NA ESCOLA'


Dando início aos preparativos da XVI edição do Congresso Brasileiro de Poesia, que será realizado na cidade de Bento Gonçalves entre os dias 6 e 11 de outubro vindouro, o PROYECTO CULTURAL SUR/BRASIL está lançando a edição 2008 do projeto "POESIA NA ESCOLA", que consiste na publicação de mais dois volumes da antologia "POESIA DO BRASIL".

O volume 7 será coordenado pelos poetas Artur Gomes e Cláudia Gonçalves, enquanto Ademir Antonio Bacca coordenará o volume 8.

No ano passado, 1.700 exemplares das antologias publicadas foram entregues à Biblioteca Pública Castro Alves, encarregada pela Fundação Casa das Artes para fazer a distribuição dos livros às escolas das redes municipal e estadual de ensino. Para este ano, a coordenação do XVI Congresso Brasileiro pretende distribuir às escolas 2.000 exemplares.

Cada um dos volumes contará com 56 poetas e terá 344 páginas.

As inscrições já estão abertas. Garanta desde já a sua participação."

Dois poemas de Ademir Antonio Bacca:


não tão frágeis

na mesa do prazer
nem todas as taças
são de cristal

algumas paixões
são duras de se quebrar.

© Ademir Antonio Bacca
do livro: “Grito por dentro das palavras”

******


toda palavra

toda palavra
devora entranhas
e alimenta medos

toda palavra
que corta fundo
reparte o sangue
entre a terra
e o corpo

mas toda palavra
que cala,
divide dois mundos
para sempre

© Ademir Antonio Bacca
do livro “O Relógio de Alice”

A leitura e eu...


Leio desde os três anos de idade, graças às atividades lúdicas de mamãe menina, pois morávamos na Fronteira do Brasil com a Colômbia, em Japurá e ela, sem muito "que- fazeres" ( além de criar duas menininhas, gestar o primeiro filho homem, criar vários animais que apareciam por lá, depois de curá-los ,fazer bolinhos - muitas vezes roubados ainda quentes pelo macaco Chico, lavar roupa no rio,num "porto", um pedaço de madeira flutuante, cercada de botos),resolveu, por silabação, ensinar-me.
Maravilhada, juntava as sílabas e sentia um prazer enorme, ainda lembro.Fui com ela ao dentista e perguntei:
"O senhor é de Recife?"(falava com o "e" bem ab erto, nordestina na Amazônia)Mamãe contava que ele ficou perplexo:"Mas como sabe?".Apontei para os caixotes e caixas que acabavam de chegar de Manaus com ele e li, soletrando :R-e,Re, C-i,Ci, F-e,Fe".
Devo muito à leitura e aos poucos, aqui vou comentar livros e acontecências refentes aos livros.Sou uma pessoa livresca, donde o nome do blog.Leio e escrevo,gosto de comentar livros e resenhar os que posso, desde os Anos 60, em Juiz de Fora, mas ainda normalista, a pedido de minha professora de Português, Irmã Josephina de Gusmão.
Minha primeira crítica literária foi para a Revista da Previdência.E,de alguma forma premonitória, chamei-a "Sapatilhas e Botinas".Apenas pelo contraste entre umas e outras.Mas escrita conforme ainda gosto;sem parar muito, da primeira à última palavra, de uma só vez.Em março, acontecia o Golpe Militar que iniciou a Ditadura, os Anos de Chumbo.Li muitos livros "proibidos", então, de "o Último Tango em Paris"(o filme , somente assisti, depois de casada , pela segunda vez, em Belo Horizonte, no final dos Anos 70,em um cinema "para homens", onde meu marido Eduardo, cinéfilo, levou-me a assitir muitos...
Há filmes mais interessantes que os livros (penso , para mim , ser o caso de Dr.Jivago).Mas a grande maioria dos livros nos envolve e desenvolve mais a imaginação:nada limita,o protagonista, tem a cara que lhe damos, por exemplo...